sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Roberto Carlos e o Futebol

Olá amigos,

Depois da triunfal estréia de nosso co-autor, Diego Bachini, com a sua análise do disco ao vivo de 1988, e do anúncio do novo disco de Roberto e Caetano, cá estou (James) para dar continuidade às diversas matérias as quais escrevemos aqui. E hoje falaremos da relação de Roberto Carlos com o esporte mais brasileiro: O Futebol.

Originado na Inglaterra, the soccer sempre mexeu mesmo foi com os corações brasileiros. E não é diferente com Roberto Carlos que, desde garoto, já tinha seus times de coração. "Quando eu era menininho torcia para o Flamengo, aos quatro anos de idade eu virei Botafogo e aos oito eu passei pro Vasco e não saí mais", revelou Roberto Carlos numa entrevista a O Pasquim, em 1970.

Quando criança, torcendo para o Botafogo, Roberto assistiu a uma das maiores campanhas vascaínas da história do clube: Em 1949, o Vasco (também conhecido como Vice da gama - risos) aplicou goleadas históricas, por exemplo, 11 x 0 no São Cristóvão, 8x2 no América, 5 x 3 no Fluminense e, principalmente, 5 x 2 no Flamengo, o que fez com que o futuro rei da juventude trocasse a camisa. Atualmente Roberto Carlos é vascaíno no RJ e palmeirense em SP.

O futebol também ajudou a carreira de Roberto Carlos, indiretamente, sumindo do seu caminho. Quando, em 1965, proibiram a transmissão de jogos pela televisão, o que foi substituído pelo programa Jovem Guarda. Essa história já foi contada aqui. Além disso, Erasmo Carlos seria jogador de futebol, mas, por não ter talento com a bola nos pés, seguiu carreira de cantor.

Roberto já foi motivo de batizado para algumas pessoas relacionadas ao futebol, como o jogador Roberto Carlos da Silva e o craque Odivan, do Vasco. O primeiro teve seu nome em homenagem ao rei, e o segundo, em homenagem à canção O Divã, de 1972.

Em 2001, no programa Domingão do Faustão, o rei recebeu de presente do jogador Roberto Carlos, uma camisa do Real Madrid. Em 1991, no especial Viva Luz, o rei recebeu de presente uma camisa do Mengão. E alguns dizem que há a foto de RC ao lado de Roberto Dinamite, segurando a camisa do vasco... Mas essa eu nunca vi.

A emoção foi tanta que Roberto não segurou as lágrimas, e chorou ao receber a camisa do Real Madrid, e ao ouvir os depoimentos dos craques Roberto Carlos e Odivan.
A única música em que Roberto Carlos cita o esporte é Não é papo pra mim, quando diz que muda de assunto falando até de futebol, pra não falar de casamento... Isso antes de virar o Amante à moda antiga. Mas o rei compôs uma canção chamada Nosso Vasco Campeão, ao lado do amigo Erasmo Carlos. A canção foi gravada apenas pelo Erasmo Carlos e por seu filho Gugu Esteves, e é uma raridade, pois está presente somente no disco "Vasco da Gama - 100 anos de sucesso", lançado em 1998 em comemoração ao centenário do Clube de Regatas Vasco da Gama. Embora o rei nunca a tenha cantado em público, esta é a canção de Roberto Carlos que mais fala de futebol, embora não esteja na sua discografia oficial. Nosso amigo Vinícius Faustini, que é vascaíno, como ambos os nossos compositores, possui essa gravação, e nos cedeu. A letra você confere abaixo:

NOSSO VASCO CAMPEÃO - Roberto e Erasmo
Que bonito é o início da constelação
De estrelas amarelas da bandeira do Vascão...
Sai da frente, que o nosso Vasco vai passar
Grande como é sua torcida
Unida pra fazer seu time campeão, mas que emoção
Nas águas da vitória vou nadar
E no Maracanã vou festejar
Cruz de malta no peito do almirante
Fé em Deus, o nosso eterno comandante
Obrigado, a bola vai rolar, o bicho vai pegar e a rede balançar
Encantado com essa multidão em preto e branco
E a cruz de malta no lugar do coração

Você pode ouvir a canção clicando no PLAY.
Erasmo Carlos - Nosso Vasco campeão (argh)
O Roberto Carlos Especial de 1977 foi inteiramente dedicado ao esporte. RC jogou sinuca com Garrincha, falou de canários com Rivelino e cantou O Mundo é uma bola com Pelé. O programa mostrava a ansiedade dos brasileiros em relação à copa do mundo de 1978, vencida pela anfitriã Argentina. O Brasil ficou em terceiro lugar.

Rivelino disse a Roberto Carlos que a expressão seleção canarinho surgiu por causa de um de seus canários, e mostrou a Roberto os canários que tinha.

Depois de muito tempo, RC reencontrou-se com Pelé há alguns dias, num leilão de gado. Você vê uma das fotos desse encontro aqui no nosso blog.

Agora vou indo, anunciando que próxima sexta teremos uma matéria sobre o show em Belo Horizonte, com a ajuda da nossa correspondente lá, Conceição Oliveira!

Um forte abraço !
James Lima
Teresina - Piauí - Brasil

Nota: estamos profundamente tristes com a notícia do falecimento de seu Zé Nogueira, grande músico capixaba, que muito ajudou o nosso rei. Por isso, o blog entra em luto, na presente data, por conta de seu falecimento, ocorrido no dia 10/11/2008. Zé Nogueira, juntamente com Mozart Cerqueira e Helena Mignone, foi um dos nomes mais citados, de Cachoeiro do Itapemirim, relacionados ao início e ao incentivo à carreira do Rei do Brasil.

7 comentários. Clique aqui para comentar!:

Vinícius Faustini disse...

Fala, bicho! Rapaz, tenho uma nota recente a acrescentar justamente ao post "Roberto Carlos e o futebol":

A FINAL E O REI

Acredite se quiser: na data prevista para a final da Taça Rio de 2009 (19 de abril), o Marcanã não poderá ser utilizado: através da Secretaria Estadual de Esportes e Lazer (leia-se, a Suderj), ele foi alugado para um grande show, que será realizado na véspera, dia 18, em comemoração aos 50 anos de carreira do "Rei" Roberto Carlos. E agora, será que o Engenhão vai servir?

Fonte: O GLOBO, 21/11/2008 - Coluna de Renato Maurício Prado, caderno de Esportes

Há outras curiosidades relacionadas a esta ligação entre Roberto Carlos e o futebol. O time do Estrela, de Cachoeiro do Itapemirim, já tirou foto tendo ao fundo o monumento a RC na cidade - e dizem que este é o time de coração do Roberto no Espírito Santo.

Falando na terra natal dele, em seu show "Pra sempre" em Vitória no ano de 2005, na hora de apresentar os músicos, Roberto brincou ao apresentar o Darcio, seu baixista. "O pessoal da minha banda tá seguindo a moda da Seleção Brasileira, como a do Ronaldo e a do meu xará Roberto Carlos, e também tá seguindo a moda de usar a "cabeça pelada", bicho!".

No "Roberto Carlos Especial" de 1984, se você observar bem a platéia, durante a apresentação de "Amante à moda antiga" aparece na platéia o jogador Roberto Dinamite, maior artilheiro no Campeonato Brasileiro (com 190 gols), maior ídolo e atual presidente do Vasco da Gama, e enquanto RC canta "Força estranha", a câmera mostra Zico, o "Galinho de Quintino" e grande ídolo do Flamengo. Ambos estavam ainda em atividade atuando por seus clubes. Dinamite aparece também na platéia do "Roberto Carlos Especial" de 1992 (este seria seu último ano como jogador de futebol), quando seu xará canta "Aquarela do Brasil".

Em 2000, Roberto Carlos atrapalhou a tabela do Campeonato Brasileiro (Copa João Havelange) e da Copa Mercosul. Em virtude de liminares, paralisações e mudanças de data, os torneios de futebol chegaram ao final de 2000 com as datas todas "espremidas".

No início de dezembro, os dirigentes sugeriram uma tabela com jogos às terças e quintas no Brasileiro e na Mercosul (Vasco e Palmeiras ainda estavam disputando o torneio, e acabaram fazendo a final). Entretanto, uma das rodadas cairia exatamente no dia programado pela TV Globo para a exibição do "Roberto Carlos Especial".

A emissora impôs que as tabelas fosse mudadas, já que não tinha mais como alterar a programação de fim de ano - e o Vasco estava na final das duas competições (contra o Palmeiras na Mercosul e o São Caetano, no Brasileiro). Com isto, a final da Copa João Havelange foi programada para os dias 27 e 30 de dezembro.

No dia 30 de dezembro, Vasco e São Caetano decidiam a final em São Januário. Aos 23 minutos do primeiro tempo, o jogo foi interrompido devido à queda de parte do alambrado do estádio (em virtude de o local estar superlotado). Depois de muita discussão na Justiça, o jogo final ocorreu apenas no dia 18 de janeiro do ano seguinte, no estádio do Maracanã, com vitória do time de coração de RC pelo placar de 3 a 1. O zagueiro Odivan (que nunca foi craque, me desculpe, amigo...rsrsrs) estava em campo. Com todo respeito ao seu espaço e aos que acessam este ótimo espaço, mas a citação que você fez ao Vasco da Gama tem como resposta uma frase ecoada nas arquibancadas cruzmaltinas: VICE É O C******! E um dos títulos de 2000 - a final da Mercosul, quando o Vasco terminou o primeiro tempo perdendo por 3 a 0 e na segunda etapa virou para 4 a 3 ajuda a contar esta bela história da equipe da Cruz de Malta.

E quem deu aquela camisa ridícula cheia de listras pro Roberto segurar? Aliás, tenho uma piada relacionada a isto: sabe por que a torcida vermelha e preta grita "Mengo"? Porque só sabe gritar "Framengo", aí ia ficar mais difícil, né?...rsrsrs.

Ah, também há a canção "Pega na mentira", feita por Roberto e Erasmo e gravada por Erasmo Carlos para seu LP "Mulher", de 1980. Seu primeiro verso diz:

"Zico tá no Vasco, com Pelé"

Uma mentira que, por alguns momentos, já foi verdade. Este que vos escreve explica:

No ano de 1993, Zico, o "Galinho de Quintino" que marcou época no Flamengo, deixou a grande rivalidade de lado para vestir a camisa do Vasco. Ele jogou durante 45 minutos uma partida amistosa entre Vasco e La Coruña que marcou a despedida dos gramados de um craque da mesma geração - o artilheiro Roberto Dinamite. A partida terminou com vitória do clube espanhol por 2 a 0 no Maracanã.

Já Pelé, um ano antes do início de sua consagração na Copa do Mundo de 1958, jogou pelo Vasco em três ocasiões. Como era comum ocorrer naquela época, foi formado um "combinado" (escalação mesclando jogadores de dois ou mais equipes) entre Santos e Vasco para a disputa de jogos amistosos - e no acordo, se decidiu que os jogadores usariam a camisa vascaína nas partidas realizadas no Rio de Janeiro e a camisa santista nos jogos em São Paulo. Em terras cariocas, o "Combinado Santos-Vasco", com camisa do clube do Rio de Janeiro, derrotou o Belenenses, de Portugal, pelo placar de 6 a 1 (com três gols de Pelé) e empatou em 1 a 1 nos dois jogos seguintes - contra o Zagreb, da Iugoslávia, e contra o Flamengo.

Em ambas as partidas, Pelé marcou os gols da equipe (e também no único jogo que realizaram em São Paulo, desta vez com os jogadores vestindo a camisa do Santos, num empate em 1 a 1 com o São Paulo).


Bicho, desculpa ocupar seu espaço por tanto tempo aí. Espero não ter falado tanta bobagem, mas é que achei muita coisa curiosa relacionada a um assunto que, aparentemente, "não é papo pra ele".

Abraços,

Vinícius Faustini

www.emocoesrc.blogspot.com

www.diariodeumsalafrario.blogspot.com

Henrique disse...

Fala, James! Muito boa a ideia...! hehe...

Ficou "Show de Bola" a postagem!...

Abraço! Flwss

Vinícius Faustini disse...

James,

antes que as pessoas pensem que estou almejando a co-autoria deste blogue, já afirmo que não. O Roberto Carlos Braga está muito bem feito, com posts interessantíssimos como este.

Mas é que recordei uma coisa. Só pra dizer que, sim, para a imprensa Roberto Carlos já falou tudo. Falou até de futebol!

Em janeiro de 1980, Roberto Dinamite saiu do Clube de Regatas Vasco da Gama na maior transação de um jogador brasileiro até aquele momento - o Barcelona, da Espanha, pagou 700 mil dólares. A revista Placar fez uma reportagem sobre a negociação, e perguntou a alguns vascaínos ilustres (como Martinho da Vila, Paulinho da Viola e Erasmo Carlos) o que tinham achado desta venda. Roberto Carlos também foi questionado, e disse a seguinte resposta:

"Fiquei muito triste com a saída do meu xará. Em resumo: pra mim como torcedor foi uma bosta!".

Entretanto, a ida de Roberto Dinamite pro futebol espanhol seria um fracasso - apenas cerca de três meses no exterior, com oito partidas jogadas e três gols marcados. Em março, o artilheiro retornaria ao Vasco, e em sua reestréia no Maracanã, o Vasco derrotou o Corínthians por 5 a 2, com cinco gols marcados por ele. Viriam mais 12 anos como jogador do Vasco (e, em meio a este período, breves passagens pela Portuguesa e pelo Campo Grande, clube pequeno do Rio), para a alegria do "torcedor" Roberto Carlos.

Aliás, ao ser perguntado sobre suas preferências políticas numa entrevista à revista VEJA durante a ditadura militar, Roberto Carlos declarou:

"Não torço nem pelo governo, nem pela oposição. Torço pelo Vasco".

Espero estar contribuindo, e prometo que é meu último comentário. Não percam no Emoções de Roberto Carlos a série "Roberto Carlos e o cinema", sobre músicas da safra de RC na cinemateca nacional. O endereço está aí abaixo...

Abraços,

Vinícius Faustini

www.emocoesrc.blogspot.com

www.diariodeumsalafrario.blogspot.com

Anônimo disse...

Amigo James,

Que maravilha! Eu nao sabia que o nosso Rei tinha composto uma musica para o seu time de coraçao no Rio "o Vasco da Gama". Se você nao se importar, vou divulgar essa informaçao nas minhas Comunidades sobre o Rei Roberto Carlos. Muito interessante! Eu sabia que os jogadores de futebol "Odivan" e "Roberto Carlos" tinham esses nomes em homenagem ao nosso Rei, mas nunca poderia imaginar que o Rei e o Erasmo tinham composto uma musica para o Vasco da Gama.
Um grande abraço.

Ocenilda, Verviers - Bélgica

Jota disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jota disse...

ja to com 700 visitas por dia

Anônimo disse...

Hola James
me dio Gusto encontrar este espacio, yo soy de Mexico y fiel admiradora del Sr. Roberto Carlos es mi maximo lo adoro su musica es hermaosa, y quiero saber si el viene otra vez a Mexico quiero darle un abrazo, y tener un autografo espero y se pueda pues el mes de junio que vino se desaparecio y no pude alcanzarlo, gracias por todo un abrazo a ti James
Guadalupe