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sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Banda de Roberto Carlos - Parte 2

Esta matéria contém:
• A Banda de Roberto Carlos - Parte 2
• Terminam filmagens de longa inspirado em Erasmo e Roberto.
• Roberto Carlos na Califórnia.



Olá Súditos!

Hoje, cá estamos para continuar contando a história da banda de Roberto Carlos. Semana passada, falamos do surgimento da banda, quando havia apenas Dedé e Roberto Carlos, até o RC-7, formação de 7 músicos acompanhando o Rei do Brasil. Isso aconteceu até 1970.

O ano de 1970 foi de muitas transformações para Roberto Carlos que, cada vez mais, se afastava da imagem de bad boy, e de garoto Jovem Guarda, e se aproximava da imagem de ídolo romântico. Nos discos mais recentes, a mudança já era perceptível. Observando canções como Quero ter você perto de mim e Aceito Seu Coração, ambas de 1969, pode-se ver o romantismo começando a tomar de conta do estilo de Roberto Carlos.

E não foi só nos discos que Roberto tentou se reinventar, mas também nos shows. Em 1970, pela primeira vez, o Rei se interessou em fazer um show produzido, com orquestra, maestro, e tudo o mais... E para essa tarefa, procurou pessoas experientes no assunto: Ronaldo Bôscoli e Luís Carlos Miéle, dois produtores de shows famosos, que começaram a ter contato com Roberto para produzir aquele primeiro show que, segundo a ideia principal, ficaria em cartaz no Canecão, RJ, por alguns meses, e depois percorreria o Brasil. Já falamos desse show aqui no nosso blog. Você pode reler clicando aqui.

Mas para um show orquestrado era necessário, naturalmente, um maestro. E apresentaram Roberto Carlos ao maestro Chiquinho de Moraes, que já fazia arranjos para muitos artistas, dentre eles, Elis Regina. O primeiro contato de Chiquinho com os músicos do RC-7 ocorreu no primeiro dia de ensaio, no Canecão. O guitarrista Gato, o baixista Bruno, o tecladista Wanderley, o baterista Dedé, mais o naipe de metais de Raul de Souza, Maguinho e Pick (que havia entrado no lugar de Nestico) foram apresentados ao maestro, que disse que precisava sentir a acústica do Canecão, e pediu que eles tocassem qualquer coisa, de improviso. "Que acústica que nada. Eu queria saber a força de cada um deles no instrumento", afirmou o maestro, anos depois. Alguns deles deixaram Chiquinho de Moraes bem impressionado à primeira vista. Caso do pianista Wanderley, que, segundo o maestro, "apesar de não saber ler partitura, é melhor que 20 instrumentistas que sabem." Na foto ao lado, Chiquinho e Roberto. Autoria da foto é desconhecida.

Mas além das virtudes, Chiquinho logo percebeu, também, as deficiências do RC-7,
e pediu a substituição do guitarrista Gato, do baixista Bruno e do baterista Dedé. Roberto Carlos ouviu as explicações do maestro, que não eram músicos para segurar um espetáculo daquele porte... Mas disse que não iria demitir nenhum dos 3 músicos, que eram seus amigos, e que já estavam com ele há muito tempo. "Roberto, se você aparecer com meia bomba no Canecão não vai dar certo. Você tem que estourar a boca do balão; não pode ser um show mais ou menos", advertiu o maestro, enfatizando que pelo menos um deles teria que ser substituído sob risco de comprometer o espetáculo: o baterista Dedé.

Roberto Carlos ficou bastante preocupado, e se comprometeu a conversar com Dedé. Ele só sairia da banda, se ele aceitasse sair. Dedé não aceitou, fazendo com que surgisse um impasse. A solução encontrada foi colocar duas baterias no palco. Uma, com o baterista Wilson Das Neves, escolhido por Chiquinho de Moraes. A outra, com Dedé. Miéle, inclusive, lembra que a crítica adorou a ideia, e elogiou muito, sem saber que era apenas para suprir uma deficiência musical.

O show, em 1970, foi apresentado com o RC-7, com essas modificações, e com o Quinteto Villa Lobos, além da inclusão do saxofonista Aurino de Oliveira, que tinha tido um único contato com Roberto Carlos antes, na gravação do disco de 1963, e que está na banda, até hoje. Ao lado, Aurino, durante um show em Miami.

A segunda temporada de Roberto Carlos no Canecão se chamava Além Da Velocidade, e estreou em 1973. Novamente, Chiquinho de Moraes tentou fazer alterações na banda.
E as mesmas mudanças da temporada anterior: o baterista Dedé, o baixista Bruno e o guitarrista Gato. Mas Roberto Carlos continuava não pretendendo despedir seus antigos companheiros, e já disse logo que o problema de Dedé poderia ser resolvido da mesma forma do show anterior: duas baterias no palco. Chiquinho se conformou com a presença de Dedé e Bruno, mas não abria mão de ter outro guitarrista, no lugar de Gato.

Gato tinha problemas com alcoolismo, e, por esse motivo, acabou saindo da banda, muito contrariado. "Gato teve muita dificuldade para se adaptar ao meu trabalho. Fiz muita pressão e Roberto relutantemente acabou dispensando-o", afirma Chiquinho. Roberto percebeu que Gato tinha ficado muito traumatizado com a saída, e, para vê-lo melhor, deu pra ele, de presente, um bar, um presente, digamos, não tão apropriado para um alcoólatra. O novo guitarrista passou a ser Aristeu Reis (foto), que está na banda até hoje.No início dos anos 70 entrou Dironir (saxofone, falecido em 2009).

Quanto ao torneiro mecânico Bruno Pascoal, Roberto manteve-o na banda por muito tempo, até que, em 1974, o baixista estava tomando alguns remédios anti-inflamatórios, sem saber que tinha propensão à otosclerose. Resultado: começou a perder a audição de seu ouvido direito. O próprio músico entendeu que era necessário deixar a banda. No seu lugar entrou Paulo César Barros, ex-integrante da banda Renato e seus Blue Caps.

A banda já estava quase como Chiquinho queria. Gato e Bruno já haviam saído. Só faltava Dedé. Chiquinho disse que não queria mais improvisar duas baterias no palco, e indicou o paulista Norival D'Angelo para ser o novo dono do instrumento. O problema foi resolvido com a criação de uma nova função: a de percussionista. Dedé passou a ser o percussionista, e Norival, o baterista. E é assim até hoje. Houve, ainda, a entrada de Clécio (foto), como saxofonista, que está, também, até hoje. Agora sim, a banda estava do jeitinho que Chiquinho queria.

Mas, na temporada de 1978, a substituição que ocorreu foi a do próprio maestro. Sai Chiquinho de Moraes, entra Eduardo Lages. Problemas pessoais com o temperamento de Chiquinho fizeram-no sair da banda. E o primeiro nome sugerido para novo maestro foi o de Leonardo Bruno, que aceitou e começou imediatamente os ensaios. Mas ele não agradou os músicos, nem Roberto Carlos, e decidiu sair. Depois disso, o escolhido foi o jovem maestro Eduardo Lages. "Até hoje não sei quem me indicou para Roberto Carlos".

O fato é que Eduardo já trabalhava na Rede Globo, e Miéle e Bôscoli conheciam seu trabalho. Marcaram uma reunião dele com Roberto Carlos, que pediu que Eduardo fizesse arranjos para as canções For Once In My Life e Os Seus Botões. Imitando Chiquinho de Moraes, Eduardo Lages ganhou o emprego, e, com o tempo, foi ficando mais Eduardo Lages, e menos Chiquinho de Moraes. Eduardo é o maestro da banda até hoje, e, inclusive, já teve contato com o nosso Blog, registrando presença aqui, e enviando autógrafos. Na foto ao lado, Roberto cumprimenta Eduardo, antes de um show na cidade de Teresina-PI.

Um fato engraçado: Nos anos 70, a segunda voz da banda de Roberto Carlos era feita pelos próprios músicos. Clécio, Wanderley e Dedé cantavam e tocavam. Mas no início dos anos 80 foi contratado o primeiro trio de backing vocal de Roberto Carlos: Lucinha, Ismail e Fátima. Lucinha Heringer, inclusive, já esteve aqui no nosso Blog, e disse "vocal na banda RC desde 1980 (eita que faz tempo hein?!!! kkkkk)" De fato, ela já está com Roberto há 30 anos. Ismail, o homem do coral, é amigo do Rei desde os anos 60. E Fátima começou a trabalhar com ele também em 1980, mas saiu em 1984, sendo substituída por Miriam Peracchi, que acompanharia Roberto Carlos até 2000, quando foi morar nos EUA. Jurema de Candia entrou no lugar, e está na banda até hoje. Na foto ao lado, o coral atualmente. Lucinha, Ismail e Jurema.

Ainda nos anos 80, entraram na banda Tutuca Borba (tecladista, está até hoje), Sérgio Carvalho (teclados, falecido), Evaldo (trompete, falecido), Barreto (sopro) e José Carlos (guitarra). Em 1986, entra Jorge Berto, no trombone, e sai Maguinho, que quis trabalhar com aulas de músicas para crianças, segundo relato de sua filha Juliana, em conversa com o Blog.

Sérgio Carvalho (foto à esquerda) faleceu nos anos 90, mas sempre foi alvo de muitas piadas de Roberto Carlos, que brincava com sua barba, por exemplo. "Hoje de manhã, ele tava sem essa barba. Ele colocou essa barba agora, pra que a gente acreditasse que ele sabe tudo o que sabe", dizia o Rei.

Mas Sérgio Carvalho não foi alvo de tantas piadas quanto José Carlos (foto à direita). O guitarrista ficou famoso nos anos 80, pois tinha um jeito de sambista muito exposto. Ele dançava no palco, ao som de canções, como Nêga, e sambava muito! Roberto Carlos já deu boas risadas com ele no palco.

Em 1993, entrou na banda o baixista Dárcio Ract, para substituir Pedro Ivo, que estava substituindo Batata, que saiu por motivos pessoais. (Deu pra entender? kkkkk) Em 2000, o guitarrita Paulinho (foto) entrou no lugar de José Carlos. Paulinho trabalhava com a dupla Chitãozinho e Xororó, e foi indicado por Eduardo Lages. Além de conseguir a vaga de guitarrista do Rei (junto a Aristeu), conseguiu, também, a vaga de genro dele! Isso mesmo. Paulinho casou-se, em 2008, com Ana Paula, filha mais velha de Roberto Carlos. Nahor e João (trumpetes) entraram há pouco tempo, no lugar de Evaldo e Barreto.

Com a morte do saxofonista Dironir de Souza, em 2009, houve a necessidade de substituí-lo. E Eduardo Lages trouxe o saxofonista Ubaldo Versolato (foto), que estreou na banda durante o histórico show de Roberto Carlos no Maracanã.

Pois bem, essa matéria deu um trabalho muito, muito, muito grande pra ficar pronta. Mas esperamos que tenham gostado. Gostaria de agradecer a Lucinha Heringer, vocalista do coral RC. Sem ela, muitos dos nomes de quem entrou e quem saiu da banda, que estão nesta matéria não teriam sido repassadas pelo nosso blog. Muito daqui também foi retirado do Acervo James Lima, em revistas antigas, e livros.

Próxima Matéria
Próximo sábado, excepcionalmente, estaremos de volta, para falar sobre o aniversário de Erasmo Carlos e Wanderléa, dia 5 de junho.


Terminam filmagens de longa inspirado em Erasmo e Roberto
O Fuxico - 29 de maio de 2010 - 12:25FOTO: Batalha do Ibope / Arquivo Blog RCB

Orçado em R$ 7 milhões, o longa À Beira do Caminho finalizou as filmagens na quarta-feira (26), no pólo Magia do Cinema, de Paulínia, São Paulo. Os versos da canção Sentado à Beira do Caminho, de Erasmo e Roberto Carlos, inspiraram a jornalista Léa Penteado a criar o argumento do filme que narra a trajetória de um caminhoneiro rumo a um show do ícone da Jovem Guarda, autor da música. Emocionado com o texto, o diretor Breno Silveira, que assinou 2 Filhos de Francisco, convidou a roteirista Patrícia Andrade – que trabalhou com ele no longa que mostrava a trajetória de Zezé DiCamargo e Luciano – para dar vida à mais uma bela história. A trama mostra o encontro do caminhoneiro João – interpretado pelo talentoso João Miguel, que brilhou em Estômago – e um garoto órfão de mãe que busca o pai, um caminhoneiro desaparecido. Enquanto dirige rumo ao espetáculo do Rei, João, um viúvo que há dez anos roda solitário pelas estradas brasileiras se rende aos poucos ao drama do menino. E em meio às conversas, ele relembra momentos vividos ao lado de sua mulher, papel de Dira Paes que aparece em cenas de flashback. Rodado na região de Campinas, na capital paulista, além de Juazeiro do Norte e Chapada Diamantina, na Bahia, o longa –que tem estreia prevista para o segundo semestre de 2011 – conta ainda com as participações de Ângelo Antônio, Ludmila Rosa, e o pequeno Vinícius Nascimento.


Roberto Carlos na Califórnia!
Blog RCB - 30 de maio de 2010 - 16:55

O show de Roberto Carlos em San Jose, dia 28 de maio, deu o que falar! Veja abaixo algumas fotos do show. As 6 primeiras, exclusivas. As demais, do site Hotel California.MAIS FOTOS...
As fotos abaixo foram enviadas, gentilmente, pela internauta Márcia Tristão-Bennett.
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sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Banda de Roberto Carlos - Parte 1

Esta matéria contém os itens:
• A Banda de Roberto Carlos - Parte 1
• Fotos exclusivas: Roberto Carlos em Chicago.


Imagem exibida na abertura do filme Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, direção Roberto Farias. Ilustração de Sérgio Malta.

Olá súditos !

Depois de uma fantástica homenagem que recebemos, da Folha de São Paulo, cá estamos, novamente, para falar de um assunto bastante interessante, e bastante ligado ao Rei, nesses 50 anos de carreira: A Banda de Roberto Carlos.

No começo, não havia banda. Roberto apenas tocava violão (guitarra) sozinho. E foi na época que Roberto Carlos cantava em circo, que o futuro Rei do Brasil conheceu, em 1961, aquele que seria o primeiro músico de sua banda: o baterista e percussionista Anderson Marquez, ou o famoso Dedé, que até hoje compõe o RC-9. Na época Dedé tinha dezenove anos e trabalhava de jornaleiro. Com seu jeito alegre e brincalhão, Dedé logo ganhou a amizade de Roberto Carlos. "Eu tomava umas bolinhas para não dormir e, quando saía da banca de manhã, já ia direto para a casa de Roberto tomar café com a família dele." Passando de fiscal de bilheteria, para tirar a porcentagem correta do cantor, Dedé, certa vez, encontrou uma bateria em um circo onde Roberto Carlos iria se apresentar. E foi assim, tocando devagarzinho, sem que ninguém ensinasse a ele, que Dedé aprendeu a tocar bateria. Estava formado o RC-2. Roberto Carlos na guitarra e Dedé na bateria. Ao lado, foto de Dedé, em 1968, ao lado de Wanderley, no filme Roberto Carlos Em Ritmo De Aventura (direção: Roberto Farias).

Faltava ainda um contrabaixista, e isto foi resolvido em 1964, quando o torneiro mecânico Bruno Pascoal parou para tomar um café com colegas num bar, em São Paulo. De repente, ele viu um fusquinha parado na rua e notou que o motorista parecia sem jeito para fazê-lo funcionar. O motorista era Roberto Carlos.

Bruno foi até lá e se ofereceu para ver qual era o problema. Com uma chave de fenda, ele resolveu em poucos minutos o problema do carro. O motorista agradeceu e se apresentou, dizendo que se chamava Roberto Carlos, era um cantor do Rio de Janeiro, e estava indo com aquele fusca fazer um show na cidade de Sorocaba. Bruno ficou contente em saber disto e afirmou que, embora trabalhasse como mecânico, gostava mesmo era de música, e até tocava contrabaixo numa banda do seu bairro. "Então venha comigo para esse show em Sorocaba", convidou Roberto Carlos. Bruno não pestanejou, e acompanhou Roberto Carlos nessa viagem. A partir daí, em todos os shows, o cantor passou a ser acompanhado pelo RC-3, com ele próprio na guitarra, o torneiro mecânico Bruno no baixo e o jornaleiro Dedé na bateria. E assim foi, durante quase toda a Jovem Guarda. Bruno ficaria na banda até meados de 1973. Ao lado, foto de Roberto, Dedé, e Bruno, da esquerda para a direita, em 1966, depois de uma apresentação em Portugal. Autoria da foto desconhecida.

E assim Roberto explodiu para o país, com a inesquecível Quero Que Vá Tudo Pro Inferno, e com o dominical Jovem Guarda na TV Record. Nosso professor de amor chegava a fazer três shows por dia. Foi quando o cantor decidiu ampliar o RC-3, contratando um guitarrista para acompanhá-lo no palco. O primeiro candidato que apareceu foi Antônio Wanderley, tecladista do Milton Banana Trio, grupo paulista que tocava repertório de bossa nova. O problema é que ele não sabia tocar guitarra nem conhecia o repertório de Roberto Carlos. Mas Wanderley teve a "cara-de-pau" (com todo respeito) de dizer que sabia tudo isso, apresentando os primeiros acordes de Mexericos da candinha ao cantor. Roberto aceitou, já estava prestes a começar um show, e não tinha mais ninguém que tocasse guitarra. E a primeira canção do show era justamente Mexericos Da Candinha. Wanderley tocava pedacinho aqui, pedacinho ali... Foi, portanto em pleno show que Roberto Carlos descobriu que seu novo guitarrista não dominava o instrumento. Cabisbaixo e triste, achando que tinha perdido sua grande chance de compartilhar o sucesso da jovem guarda, ao final do espetáculo, o falso guitarrista procurou se desculpar ao chefe. "Pô, Roberto, você me desculpe. Na verdade, o meu negócio não é guitarra. Meu negócio é piano." E Roberto: "Pô, bicho, mas eu estou precisando é de um guitarrista. E você não toca nada", retrucou o cantor, que, entretanto, parece ter ficado sensibilizado com o constrangimento de Wanderley, pois decidiu lhe dar uma segunda chance.

"Vamos fazer o seguinte: aparece domingo lá no Jovem Guarda. Tem um órgão lá, vamos ver como você funciona nos teclados, porque como guitarrista realmente não dá." Era tudo o que Wanderley queria: participar daquele programa e tocar o seu verdadeiro instrumento. Dessa vez, ele não deu bobeira: ouviu os discos de Roberto Carlos, aprendeu o repertório e no domingo mandou ver, tudo direitinho. O cantor ficou muito bem impressionado. "Cara, parabéns, gostei muito. Aí sim!", disse-lhe ao final do programa. Naquela mesma semana, Wanderley arranjou um teclado e passou a acompanhar Roberto Carlos nos shows, que até então não reproduziam aquela sonoridade do órgão presente nos seus discos. Wanderley está na banda até hoje, e é um dos mais famosos. Ao lado, foto do primeiro show de RC com Wanderley, o qual narramos aqui, que ele estava tocando guitarra. Repare na falta de habilidade dele com o instrumento. Foto: Arquivo Blog Roberto Carlos Braga.

Logo em seguida, o cantor foi à procura de um guitarrista, o que ele realmente precisava. E, não querendo se surpreender novamente, ele resolveu convidar para a sua banda um músico que já conhecia muito bem: o paulista José Provetti, o Gato, guitarrista do conjunto The Jet Blacks, que aparece, na foto ao lado, em captura do filme Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, dirigido por Roberto Farias. Agora, a banda de Roberto estava rebatizada de RC-4: Gato na guitarra, Wanderley no teclado, Bruno no baixo e Dedé na bateria. Há de se considerar que Roberto Carlos foi o primeiro cantor brasileiro a ter a sua própria banda de acompanhamento - fato que depois se tornaria comum entre os demais artistas de nossa música popular. Isto era um luxo que os artistas brasileiros ainda não se permitiam.

Em 1967, querendo aumentar a banda, Roberto deixou para Wanderley a tarefa de escolher três músicos de sopro. O tecladista escolheu o trombonista Raul de Souza, o saxofonista Ernesto Neto, o Nestico, e o trompetista Maguinho. Estava assim pronta a formação mais famosa da banda de Roberto Carlos, o RC-7. A sonoridade da banda ficou impressionante. É notável a diferença, no disco Em Ritmo de Aventura, daquele ano. Abaixo, capturas do filme Roberto Carlos em ritmo de aventura, com os 3 integrantes da banda. Respectivamente, Raul, Nestico e Maguinho.
E no Festival da Record de 1967 (aquele em que Roberto Carlos cantou "Maria, Carnaval e Cinzas", lembra?), a canção Alegria, Alegria seria defendida pelo autor, Caetano Veloso. A ideia inicial de Caetano Veloso era convidar o RC-7, para acompanhá-lo em Alegria, alegria. E esta teria sido realmente a melhor opção para aquele momento do festival, pois geraria bastante polêmica, e era justamente isso que Caetano Veloso queria. Entretanto, ele ficou receoso em fazer o convite, pois não tinha contato algum com Roberto Carlos, e Caetano acabou convidando os Beat Boys (banda argentina que tocava no Brasil) para acompanhá-lo naquele número.

Mas Caetano Veloso não desistiu de ter a banda de Roberto Carlos tocando com ele. Já famoso, depois do festival tomou coragem e convidou o RC-7 para acompanhá-lo na gravação de Super-bacana, uma das faixas de seu primeiro LP solo. Mas aí muita coisa já havia ocorrido e não houve tanta repercussão.


Em contrapartida, Roberto Carlos gostou muito de Alegria, alegria e da postura de Caetano Veloso, e o convidou para cantar no programa Jovem Guarda. E Roberto fez questão de que Caetano subisse no queijinho redondo, no centro do palco, onde só subiam ele, Erasmo e Wanderléa. Nenhum dos outros convidados cantava ali. "Eu tenho a alegria de dizer que subi no queijinho onde só subiam Roberto, Erasmo e Wanderléa", afirmaria Caetano anos mais tarde, em 2008, nos bastidores das gravações do Show Bossa Nova 50 anos.


Pois bem, amigos, paramos no RC-7, mas na...

Próxima Matéria
Na próxima sexta, você vai saber como o RC-7 se transformou no RC-9, e ler muitas histórias que foram vividas por aqueles rapazes, de 1970 até hoje. É uma brasa, mora?

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Fotos Exclusivas: Roberto Carlos em Chicago!
Blog RCB - 23 de maio de 2010 - 18:15
Roberto Carlos fez show em Chicago (EUA) dia 22 de maio (ontem à noite). E, como sempre, nós, do Blog Roberto Carlos Braga, trouxemos, antes, fotos exclusivas do show.
Em um dos momentos do show (Un Millón De Amigos), uma fã invade o palco, e Roberto Carlos a abraça. Logo em seguida, outra fã invade o palco. Roberto estende a mão pra ela, que puxa, e faz o cantor se desequilibrar, para depois dar-lhe um abraço. Veja nas fotos exclusivas do Blog RCB.