• ROBERTINO e LADY LAURA - Os Pais De Roberto Carlos
• Em primeira mão: Roberto Carlos grava depoimento para documentário sobre a Rádio Nacional.
Foto: Arquivo Blog RCB. Dona Laura e Seu Robertino, pais de Roberto Carlos.Hoje, cá estamos de volta, depois de várias comemorações durante junho/julho, devido ao aniversário de Erasmo Carlos e Wanderléa. Como já é do conhecimento de todos os frequentadores deste blog, estamos promovendo, durante todo o ano de 2011, o Projeto 70 Anos De Emoções, que tem por objetivo relembrar toda a vida pessoal de Roberto Carlos, com o respeito à privacidade a que nosso cantor tem direito.
Falando da vida pessoal do Rei, já revisitamos seu passado em Cachoeiro de Itapemirim-ES (sua cidade natal) e sua amizade com os amigos Erasmo e Wanderléa. Hoje, vamos falar sobre aqueles que trouxeram Roberto Carlos ao mundo: seu pai, Robertino Braga, e sua mãe, Laura Moreira Braga, conhecida internacionalmente pela alcunha de "Lady Laura", graças à famosa canção do filho. Pois bem, comecemos a matéria.
O começo
Nascida dia 15 de abril de 1915, em Mimoso-MG, Laura Moreira Braga. era a filha caçula de onze irmãos. Ainda pequena, foi entregue por seus pais Ana Luiza (Vovó Don'Ana) e Joaquim Moreira, para ser criada por sua irmã mais velha Jovina. (Foto: J. Ferreira da Silva / Arquivo Blog RCB)Dindinha, como Jovina era conhecida, já era casada com o marceneiro Humberto Cristhofori quando recebeu Laura em sua casa. Com a chegada de Ester, filha de Jovina e Humberto, estava formada a família e todos se mudaram para a cidade de Iconha, no Espirito Santo. Lá chegando, ao procurarem uma casa para alugar, foram informados de que havia uma disponível de propriedade de Robertino Braga.
Robertino Braga nasceu em 27 de março de 1896. Na época, ele era um ourives. Ganhava a vida viajando de cidade em cidade comprando e vendendo joias. Possuía uma casa grande e espaçosa em Iconha. Conheceu Humberto e alugou sua casa para a família Cristhofori. Como ele viajava muito, só precisaria mesmo de um quarto para quando passasse por Iconha.
Laura ainda menina era excelente aluna, uma criança dócil e amável. Com dom para costura aprendeu o ofício com Dindinha, que era uma costureira exemplar. Muito bonita e vaidosa, não custou a chamar a atenção de Robertino que a cortejou. Namoraram e se casaram em meados de 1931.
Após o casamento o jovem casal se mudou para Cachoeiro de Itapemirim por sugestão de Anphilófio, irmão mais velho de Robertino, que os ajudou a construir a casa onde seus quatro filhos nasceriam.
No ano seguinte a família aumentava com o nascimento do primogênito Lauro (07 de março de 1932). Depois mais um menino, Carlos Alberto (07 de julho de 1933), seguido mais adiante pela única filha Norma (02 de julho de 1935 - mesmo dia do aniversário de James Lima, presidente deste blog. Mas James nasceu em 1994 rs). Quando Roberto Carlos nasceu (1941), o casal já não esperava por filhos, mas teve muito carinho com aquele caçula, que viria a se tornar o maior ídolo de todos os tempos no Brasil. O Blog RCB tem, em seu planejamento, uma matéria programada para o dia 9 de outubro, sobre os irmãos de Roberto Carlos. Na foto ao lado, do Arquivo do Blog RCB, da esquerda para a direita: Nice, Lauro, Dona Laura, Roberto Carlos e Carlos Alberto.
Os pais na carreira do Rei
Robertino e Dona Laura sempre foram muito presentes na carreira de Roberto. Aqui no blog, já fizemos várias homenagens a eles. Estamos recontando essa história porque é importante para a continuação do Projeto 70 Anos De Emoções. Mas muito já foi contado aqui. Por exemplo, na matéria em homenagem aos 95 anos de idade de Lady Laura, ou a homenagem ao aniversário (simbólico) de 112 anos do nascimento de Robertino Braga. O Blog RCB se orgulha de ser a página com o maior número de informações sobre os pais de Roberto Carlos na internet, principalmente em relação ao pai, Robertino Braga. Localizamos vários sites que usaram nossas informações, e não as encontramos em qualquer outro lugar antes de nossas publicações. Realmente, é algo que nos deixa muito feliz. (Foto: Revistas Acervo James Lima / Arquivo Blog RCB)
D. Laura foi a responsável pela entrada do filho no Conservatório de Música de Cachoeiro, além de tê-lo ensinado a tocar violão e ter incentivado-o a cantar na Rádio Cachoeiro, ZYL-9. Ela chegou a participar de um programa do Chacrinha, no qual coroaram Roberto Carlos como o Rei da Juventude Brasileira. Foi Lady Laura quem coroou Roberto, e foi a única que vez que o Rei deixou que a coroa subisse à cabeça. Em sua simplicidade, ele sempre diz que "não se sente um rei". Veja a foto desse dia inesquecível, captada pelo fotógrafo Alberto Jacob, que estava no Arquivo do Blog RCB.
Robertino, por outro lado, foi responsável pela primeira apresentação de Roberto na Rádio Nacional. O pai de Zunga viajava muito, para comprar peças para relógios, já que era relojoeiro. Durante uma dessas viagens ao Rio de Janeiro, ele levou Roberto Carlos com ele. 
O futuro Rei ficou maravilhado com os estúdios da Rádio Nacional.
Ainda nos anos 50, ele levou o filho em outra viagem ao Rio de Janeiro, onde Zunga se apresentou, no programa Papel Carbono, de Renato Murce, que lançou gente como Ângela Maria e Luiz Gonzaga. Além disso, foi seu Robertino quem presenteou Roberto com o seu primeiro violão. Ele sempre dizia que andava com a foto de Roberto na carteira, e chegou a participar do programa Jovem Guarda, apenas sorrindo, ao lado do filho, com o qual adorava pescar. Na foto ao lado, do Arquivo do Blog RCB, um registro de um desses momentos marcantes de pescaria entre Roberto e Robertino.
As homenagens
Em 1977, durante uma estadia em um hotel, em Nova York, Roberto Carlos sentiu um vazio muito grande. Ali surgiu Lady Laura, composição em homenagem à mãe, que Roberto trataria de terminar, quando chegasse ao Brasil, com o parceiro Erasmo Carlos. A homenagem teria que ser lançada no final de 77, mas foi difícil achar um ritmo bom para a música. Várias bases foram gravadas, e nenhuma agradou Roberto. 
Ele então decidiu lançar outra homenagem naquele ano: "Amigo", para o parceiro Erasmo. (Foto: Arquivo Blog RCB. Roberto e sua mãe, em 1978.)
No ano seguinte, contudo, o Brasil ouvia, pela primeira vez, Lady Laura. A canção emocionou o país inteiro, e, claro, a própria Dona Laura. "Quando ouvi a música pela primeira vez, senti uma emoção muito grande, muito forte mesmo, não dá para explicar. E foi também uma alegria imensa, porque a música e a letra são presentes que jamais me sairão da memória.", recorda. Realmente, Lady Laura é um grito de um menino que cresceu, mas que ainda precisa do colo da mãe.
Os barcos de Roberto Carlos também são nomeados em homenagem à matriarca da família Braga. Até hoje, o seu iate se chama Lady Laura III. "Lady Laura" é uma das canções mais populares de Roberto Carlos, principalmente nos países latinos, que a têm como um hino. E você ouve Lady Laura na sua versão em espanhol, assinada por Buddy e Mary McCluskey, clicando no Play.
No Brasil, este disco não é vendido separadamente. Ele só pode ser adquirido no Box Roberto Carlos Pra Sempre Volume 1. Clique aqui para comprar.
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Mas não foi só "Lady Laura" a música que Roberto dedicou à mãe. 4 anos antes, em uma certa noite de 1974, Roberto levou a mãe para uma rodoviária, em São Paulo, já que ela não gostava de viajar de avião. Quando ela se despediu dele, o Rei sentiu uma tristeza muito grande. Uma saudade antecipada. Ele seguiu para sua mansão no Morumbi, onde compôs A Estação, com Erasmo Carlos, naquele mesmo dia. Na única entrevista dada por Lady Laura em toda a carreira do filho, ela afirmou que A Estação era sua canção preferida do repertório dele, mas não disse porque. Está dada a resposta!
Roberto também não poupou homenagens a Seu Robertino. Ele sempre disse que seu pai o incentivava a crescer na vida, e mostrava o verdadeiro valor do trabalho. Era um homem muito brincalhão e adorava contar histórias. E em 1979, um ano depois da homenagem à mãe, Roberto compôs, também com o amigo Erasmo, a canção Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo. Foto: captura de imagem da Rede Globo.
Com letra extremamente comovente, a música é capaz de comover qualquer um que a escute. E comoveu seu Robertino, que, 1 mês depois de ter ouvido a música pela primeira vez, faleceu, em decorrência de um enfisema pulmonar, complicado por problemas cardíacos.
As perdas
Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo foi lançada em dezembro de 1979, no disco "Roberto Carlos 1979". Na tarde de 27 de janeiro de 1980, seu Robertino, que estava internado havia alguns dias no Centro Médico Bambina, em Botafogo (Rio), faleceu, aos 83 anos. Roberto recebeu a notícia da morte pelo rádio de seu iate, Lady Laura II, onde estava relaxando. Ele desembarcou, e correu para o hospital. (Foto exclusiva do Blog RCB. Acervo Rafael Avena. Seu Robertino, nos anos 70)
O país inteiro sofreu com Roberto. No enterro, no Cemitério São João Baptista, zona Sul do Rio de Janeiro, ele nem conseguiu acompanhar o caixão, por causa da grande quantidade de fãs que estava no local. "Robertino Braga" é hoje o nome de uma rua em Cachoeiro de Itapemirim. Ouça Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo clicando no Play.
Esta canção está neste disco:
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Mas a mãe de Roberto seguiu firme, apoiando o cantor. Sempre estava presente em shows, gravações... Morava com Roberto, no mesmo prédio, um andar abaixo dele. Andava a pé nas ruas da Urca, e ia assim ao Estúdio Amigo, onde Roberto faz suas gravações desde 1998. Esteve presente no show em Cachoeiro, em 1995, quando Roberto completou 54 anos de idade. E também no casamento com Maria Rita, em 1996 (foto ao lado, de Luiz Garrido, que estava no Arquivo do Blog RCB). Deu colo a Roberto no dia que Nice, a primeira esposa do cantor, faleceu, em 1990. E também desfilou pela Unidos do Cabuçu, na Sapucaí, em 1987, quando a escola de samba homenageou Roberto Carlos. "Ano que vem eu venho de novo!" dizia ela, animada.
Até que, no dia 31 de março de 2010, dona Laura foi internada com problemas respiratórios. Sedada, a mãe do Rei respirava através de ventilação mecânica e foi submetida a tratamento com antibióticos. Depois de alguns dias internada, chegou a acordar, lúcida, na UTI, e só pensava em rezar e estar com os filhos. Até que, infelizmente, faleceu, no dia 17 de abril de 2010.
No momento do falecimento da mãe, Roberto Carlos fazia um show em Nova York, e não foi informado da morte, até o fim da apresentação. Ele chegou a cantar a canção Lady Laura, e falou do estado de saúde dela. Mas só foi informado de que dona Laura havia falecido no final da apresentação. Roberto voou para o Brasil, chorando, em um jato particular, e enterrou Lady Laura no dia 19 de abril, dia do seu aniversário de 69 anos, no cemitério Jardim da Saudade. 
Na época, a assessoria do cantor informou que os restos mortais de Seu Robertino seriam transferidos do cemitério São João Baptista, onde ele havia sido enterrado em 1980, para o Cemitério Jardim da Saudade, onde estão os restos mortais de Lady Laura. (Foto: Cleomir Tavares / Arquivo Blog RCB)
Depois da morte de Dona Laura, Roberto continuou prestando homenagens à mãe. Lady Laura não saiu mais do roteiro do show, e está com um arranjo impecável. Roberto diz, no show atual (50 anos de música) antes de cantar a canção: "Antes eu cantava essa canção com muita alegria. Hoje eu não posso dizer que faço com a mesma alegria, mas com certeza, com mais amor!"
E não só Roberto seguiu homenageando Lalá, como era conhecida pelos amigos. A cidade de Cachoeiro de Itapemirim aprovou a comenda Lady Laura em 2010, e a escola de samba Unidos do Cabuçu chegou a cogitar fazer uma homenagem à mãe de Roberto Carlos no carnaval 2011. "Lady Laura" é tão popular que dá nome a uma boutique no México, a um hotel em São Paulo, a uma empresa de mudanças, em Curitiba-PR, e a estabelecimentos comerciais em Buenos Aires e em Santiago.
Próxima Matéria
Próximo domingo estaremos de volta, com uma análise do disco de 1977, assinada por Pedro Mülbersted, fora do projeto 70 anos de emoções, mas indiretamente inclusa nele. Semana que vem você vai entender porque...
Saiba mais sobre esse projeto, clicando aqui.James Lima - Blog RCB - 17 de julho de 2011 às 7h
Foto: Exclusividade Blog RCBO Blog RCB descobriu em primeira mão que Roberto gravou o depoimento no Estúdio Amigo, onde faz as gravações para seus discos, e que, além do depoimento, o Rei deve liberar uma música para a trilha sonora do documentário. A canção escolhida foi Minha Tia, de 1976, na qual Roberto cita a Rádio Nacional. Relembre.
Você sabia que eu queria ser cantor profissional.Compre CDs e DVDs de Roberto Carlos !
Eu vinha lá de Niterói pra ir a Rádio Nacional.
Usando aquele antigo e tão surrado, meu blusão de couro.
Ia cantar minha esperança num programa de calouros.Roberto Carlos / Erasmo Carlos (1976)
3 comentários. Clique aqui para comentar!:
Olá sou um seguidor deste blog e fã do rei RC e faço um programa na FM LIBERDADE em Upanema RN com o titulo O ENCONTRO COM O REI todos os domingos de 7:00 as 9:00h e gostaria re receber vinhetas do rei se aiguem poder me dar este presente é so mandar para marinhofernandez@hotmail.com
PREZADO JAMES. EXCELENTE AS REPORTANGENS DO BLOG NESTA SEMANA.
SEMPRE ESTOU PLUGADO EM VOCÊS.
PARABÉNS SEMPRE !!! EDILSON EGITO.
PREZADO JAMES; EXCELENTES AS MATÉRIAS PUBLICADAS ESTA SEMANA NO BLOG. ESTOU SEMPRE PLUGADO EM VOCÊS. PARABÉNS SEMPRE !!! EDILSON EGITO, JOÃO PESSOA - PB.
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