Análise De Disco - Roberto Carlos 1977

Foto: Capa do disco de 1977

Olá Súditos!

Hoje, estamos de volta, depois da homenagem aos pais de nosso Rei Roberto Carlos , para dar continuidade ao nosso Blog RC Braga. Como já é do conhecimento de todos os frequentadores deste blog, estamos promovendo, durante todo o ano de 2011, o Projeto 70 Anos De Emoções, que tem por objetivo relembrar toda a vida pessoal de Roberto Carlos, com o respeito à privacidade a que nosso cantor tem direito.

No entanto, hoje daremos uma pausa neste Projeto para falarmos sobre o disco de 1977. A análise do disco é de Pedro Mülbersted, da nossa equipe. No próximo domingo seguimos com o Projeto 70 anos de Emoções.

Para muitos fãs, os anos 70 foram os mais prósperos da carreira de Roberto Carlos – vide o número de “hits” que o cantor lançou nesta década. Claro que para muitos outros fãs, Roberto Carlos sempre esteve “'por cima”... mas não vem ao caso. Estamos falando dos anos 70, mesmo, então vamos ficar nessa praia. Hoje vamos analisar o disco de 1977, um bom exemplo dessa safra setentista, com muitas canções marcantes. Nessa época Roberto Carlos já se consagrava como um grande cantor romântico, dentro e fora do Brasil; por isso mesmo, as canções românticas tomam conta do disco. Mas não apenas isso, temos duas homenagens e uma música, digamos, “encomendada”. Acompanhe e vejamos que músicas são estas que compunham este lançamento!

Foto: Arquivo Blog RCB

A começar pela primeira faixa, “Amigo”, um dos maiores sucessos do cantor, presente no imaginário de 99% dos brasileiros e um dos grandes standarts do Rei (na verdade, quando se fala em Roberto Carlos, automaticamente a pessoa cantarola duas musicas na sua cabeça: ou Emoções, ou Amigo... o famoso “tan tan, tananam tananan-taan”). A homenagem e prova de amizade ao amigo e parceiro Erasmo Carlos foi o destaque desse disco, rendendo uma passagem emocionante no Especial daquele ano. Consta-se que a dupla já tinha uma melodia e o tema mais ou menos ajustado, mas que só foi finalizada mesmo pelo Roberto quando de uma estadia sua nos Estados Unidos; ele fez meio de “surpresa” para o Erasmo, o que, como de se esperar, rendeu muitas emoções antes mesmo de ser gravada em definitivo.
Foto: Arquivo Blog RCB

Por falar em homenagem, “Jovens Tardes de Domingo” relembra os tempos da Jovem Guarda, período marcante para o cantor e para boa parte dos fãs (mesmo que nem sonhassem em nascer na época que o programa era exibido, como por exemplo nós aqui da equipe do blog – rsrs). Esta música foi apresentada no especial de 1985 em conjunto com vários artistas que se apresentavam no programa, em comemoração aos 20 anos de sua estreia – que mais tarde se tornou uma das faixas do disco “Duetos”(Veja foto acima).Outra faixa que podemos relacionar com a Jovem Guarda é “Ternura”, versão de Rossini Pinto para Somehow It Got To Be Tomorrow (Today) que foi inicialmente sucesso da voz da Wanderléia (o que, inclusive, lhe conferiu o apelido “Ternurinha”). Nada mais justo do que homenagear a amiga de Jovem Guarda no mesmo disco em que há homenagem para Erasmo e para a Jovem Guarda como um todo, não? Com essa intenção ou não, o fato é que a música ganhou um cara diferente na voz do Rei, mesmo “fenômeno” que acontece com outras músicas que ele agrega ao seu repertório. Assim como Jovens Tardes de Domingo, também há um dueto com a Wanderleá que se tornou faixa do disco Duetos (Veja foto abaixo). Foto: Arquivo Blog RCB

Outras faixas deste disco também foram hits aquele ano, sobretudo as românticas: Falando Sério, Outra Vez e Cavalgada. Esta última uma música com uma letra sublime, combinada com o arranjo primoroso que recebeu, uma daquelas canções “eróticas” do Rei, o que, aliás, chamam a atenção pela capacidade que a dupla Roberto & Erasmo tem de tratar deste tema de uma forma bonita, nada vulgar. Na verdade, é o sexo sendo tratado dentro de uma relação de amor, não só para o prazer momentâneo. Enfim. Esta é outra que, recentemente, voltou a figurar com certa constância nos shows reais, com novo arranjo pelo maestro Eduardo Lages. Já Outra Vez não era mais tocada ao vivo há um bom tempo, desde a morte de sua esposa Maria Rita... questões pessoais que Roberto Carlos tem todo direito, afinal a obra é dele. Por sinal a composição não é da dupla, mas de uma renomada compositora, Isolda; curiosidade: segundo ela, a interpretação que o Roberto deu para a letra não era bem a esperada por ela, mas convenhamos, para nós, fãs, é ótima. Assim como a sua interpretação para “Falando Sério”: uma composição que não é sua, mas que ele canta com uma familiaridade incrível, parece que feita sob encomenda! E por sinal, que letra: os medos que uma pessoa tem depois de passar por um relacionamento muito profundo, mas que deixou “cicatrizes” fáceis de abrir.

A empolgante “Muito Romântico”, cujo arranjo tem umas levadas de reggae (só falta a guitarra-base característica deste estilo), composta por Caetano Veloso especialmente para o Rei cantar, parte de uma série de músicas “presente” (Como Dois e Dois e Força Estranha são as outras); de uma maneira muito discreta, a letra tem lá seus toques de crítica à situação política vivida pelo Brasil, na época (o “milagre brasileiro” já estava passando, ao passo que a ditadura não), alguns versos deixam-nos entender isso (“Eu consigo entender sua lógica”, “Nem uma força virá me fazer calar”, Canto somente o que não pode mais se calar/ Noutras palavras sou muito romântico”). Detalhe: nos segundos finais da faixa, podemos ouvir um “WOW!”... será que o Roberto estava com saudades dos “berros” da Jovem Guarda e do Funk!? Rsrs...

Solamente una vez é obra de um grande compositor mexicano, Agustín Lara, feita quando da viagem do mesmo pela América do Sul, interpretada por grandes nomes da música latina... entre eles, Roberto Carlos! Na voz do Rei a música ganhou uma vitalidade própria, digamos que um “quê de Roberto Carlos”, o jeito dele que deixa nas músicas que canta, como já comentamos em outras resenhas, além de um bonito arranjo valorizando os violões.
Foto: Arquivo Blog RCB

E para encerrar o ciclo de composições alheias, “Pra Ser Só Minha Mulher”, de Ronnie Von. Aqui, encerra-se de vez essa polêmica da rivalidade entre o “Rei da Juventude” e o “Príncipe”, que vinha desde a Jovem Guarda – coisa de mídia, pra variar; no caso, gravar uma música do Ronnie Von foi uma brilhante ideia para botar um “ponto final” nessa intriga toda. E olha que o investimento não ficou apenas como um “cala-boca”, não! A letra caiu perfeitamente no repertório real, com um arranjo à lá disco, som que estava em alta no momento. Além disso, a música também foi apresentada no Fantástico, em 1978, uma belíssima apresentação, por sinal (Veja foto abaixo).

As demais faixas do disco não tiveram tanto destaque quanto as anteriormente mencionadas, o que não quer dizer que sejam ruins, claro. Não se Esqueça de Mim, Nosso Amor, Sinto Muito Minha Amiga, são músicas que falam conforme a situação: sabe aquela música que quando você ouve, de acordo com a fase que está passando na sua vida, fala “É bem isso mesmo!”? Pois é... creio que seria o caso destas três. No caso de Sinto Muito Minha Amiga, última faixa do disco, podemos dizer que é um reflexo, praticamente biográfico, da crise conjugal pela qual passava o seu primeiro casamento, com Nice.

Em suma, este álbum é um dos melhores da discografia real, tendo em vista o grande número de músicas que se destacam; e mesmo aquelas que não tiveram um destaque tão grande valem a pena ser lembradas. Não existe uma única música ruim nesse disco todo!


Um detalhe curioso: a capa que conhecemos não era para ser a capa oficial do disco! Na verdade, era para ser esta aqui ao lado (Foto:Arquivo Blog RCB), que por sinal foi usada para ser a capa da versão em espanhol deste disco no exterior.
Este também é o único disco, desde 1975, que não tem capa interna... foi vetado! O porque disso, nós não sabemos.

Próxima Matéria
Próximo domingo estaremos de volta, com a estréia da série "Os amores do Rei", que também faz parte do Projeto 70 anos de Emoções. Na primeira matéria, falaremos de Nice, primeira esposa de Roberto Carlos. Não perca!!

---

Fã de Roberto Carlos cria site e diz manter contato com fãs de todo o país

Publicado no 180graus dia 28/07/11 às 00:57


As músicas de Roberto Carlos vêm conquistando, ao longo de décadas, uma legião de fãs de todas as idades em todo o país. O estudante teresinense James Lima, de 17 anos, se declara fã inveterado do Rei. Ao lado do professor Cleomar Leite, outro fã das lindas canções de Roberto, o jovem concedeu entrevista na Rádio Matões FM e divulgou um blog criado em 2006 em homenagem ao ídolo. "Na página existe um vasto conteúdo de Roberto Carlos. Todos os domingos tem algo sobre sua trejetória", disse.


"Quando ele [Roberto] veio ao Piauí tive a oportunidade de fazer essa foto. Disse pra ele que aquele era um momento muito especial pra mim. Me orgulho de ser fã do Rei", disse.

Compre CDs e DVDs de Roberto Carlos !