sexta-feira, 27 de junho de 2008

O Meu Coração É Como Um Palco - Concerto

Olá amigos internautas,

Aqui estamos novamente para louvar o trabalho do maior artista de todos os tempos no Brasil, Roberto Carlos Braga, dando continuidade à série que conta detalhes tão pequenos dos shows e turnês apresentados por esse grandioso artista.

Primeiramente gostaria de anunciar uma nova página que está sendo montada, e que contará com a história do nosso blog. Desde os tempos das vacas magras, no flogão, até hoje, aqui. Em breve mais detalhes.

Queria dizer também que, a cada dia que passa, estamos tentando fazer com que nosso arquivo antigo esteja completo. Para isso, além de trazer o arquivo do Flog *Roberto Carlos Braga* para cá, na coincidente data, estamos trazendo a Série "Celebridades" e as últimas postagens do Flog *Roberto Carlos 2006*, para sua total apreciação das matérias antigas.

Pois bem, chega de conversa, é necessário trabalhar. Afinal, é para isso que a gente recebe comentários tão bonitos, né?

O show hoje apresentado chama-se Concerto, que estreou em novembro de 1975, e foi até maio de 1976. Teve um repertório de tirar o fôlego.

  • Eu Quero Apenas
  • Proposta
  • Seu Corpo
  • Além do Horizonte
  • Medley: Negro gato, Namoradinha de um amigo meu, É Papo Firme, Eu sou Terrível.
  • América, América
  • Ternura Antiga
  • Ruby
  • Olha
  • O Portão
  • Lígia
  • Mucuripe
  • McArthur Park
  • Medley: Como vai você, Como é Grande o Meu Amor por Você, Amada Amante; Eu te amo,te amo, te amo; Detalhes.
  • Eu Quero Apenas.

No repertório, cárias cançãoes que não fazem parte dos discos de Roberto, como Ruby, de Ray Charles (Mesmo autor de Desamarre o meu coração); América, América(César Roldão Vieira); Lígia (Tom Jobim) e McArthur Park.

No início do concerto, Roberto aparece vestindo um terno branco de cetim, medalhão pendurado no pescoço, uma camisa de renda e babado. Relembrando os tempos da Jovem Guarda, ele estica o braço para o lado e aponta para os músicos com o indicador e curva-se para agradecer os aplausos.

Depois de cantar Além do Horizonte, Roberto relembra a Jovem Guarda e seus parceiros Erasmo e Wanderléa, e começa a cantar um medley com canções daquela época.

Presta homenagem a Dolores Duran cantando Ternura Antiga. Logo em seguida apresenta Waldyr Camon que irá acompanhá-lo ao piano enquanto interpreta Ruby, sucesso de Ray Charles. As duas últimas canções da noite, Mucuripe e Mac'Arthur Park de Jimmy Webb. Nosso blog disponibilizou na internet a canção Ternura Antiga, do disco de 1974, que você pode ouvir clicando no play.

Rei Roberto Carlos - Ternura Antiga

Antes de cantar América, América, cita alguns problemas da América Latina. A canção foi interpretada por Roberto Carlos no seu especial de 1977, junto com El humauaqueño, canção latina que ganhou destaque na voz do rei. O vídeo você confere aqui !

E ao ser perguntado, numa entrevista em 1975, porque escolheu a canção América, América para seu show, veja o que Roberto respondeu.

RC - Quando eu era garotinho, era bom paca em geografia e desenho. Riscar as Américas de cor era um dos meus brinquedos favoritos, e ali minha imaginação criava batalhas de chumbo e plástico. Cordilheira, aprendi que era uma porção de montanhas altas e juntas, e que os Andes eram gelados. Em minhas batalhas de soldadinhos de chumbo, na base de bola de gude, eu defendia o Brasil com unhas e dentes. Hoje em dia, com uma visão de homem, as cicatrizes de meus irmãos das Américas me entristecem muito. Antes eu não tinha medo, pois resolvia com um gesto de braço todas as crises. Mas agora, que nada posso, tenho medo. O problema chileno, a zorra equatoriana, a Argentina triste... O Brasil cada vez mais verde e maduro. Está certo. Mas o que foi feito de seus tristes irmãos das Américas? Do Chile que eu coloria de roxo, da Argentina cor de laranja, do México como um sol esplendoroso, da Colômbia vermelha? Era menino e imaginava tantas coisas! Não haverá mais a festa latina? Que longo silêncio é esse? Você pode me responder?

Precisa dizer mais alguma coisa?

AMÉRICA, AMÉRICA - César Roldão Vieira

Descendo a montanha um rio
Corta a terra estranha e rompe
América, América
América, América, América...

Um grito de revolta
Para o céu
A selva solta em
América, América...

O canto da arara
Cobre a tristeza derradeira
De quem só a última lua viu
E se sumindo pela cordilheira

Ou talvez
No colo de América
Esteja a dormir

As flores do meu vale
Vão se abrir
Cheirando sangue vivo
América, América
América, América...

O pássaro ferido
Que não pode abrir as asas
Sei que vai voar
(América...)
Porque não morreu
(América...)

E quando essa noite
Se transformar em madrugada
Do leito de cinzas
Vai retornar pra sua amada

América, América...
América, América...

América, América
América, América...

América!

Um forte abraço!
James Lima.
Teresina-PI

Próxima postagem: 04 de julho, sobre o Show do Palhaço.
Ah... Essa é a semana do meu aniversário, hehe. Meu aniversário é dia 02.

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9 comentários. Clique aqui para comentar!:

Anônimo disse...

Muito lindo o repertório. Ternura Antiga, é uma de minhas prediletas desse disco de 1974.
Beijos!
Leda Martins.

Naldinho Brasil disse...

Cara !!! é demais... pura raridade esse video que vc postou em seu blog.
Ta de parabens mesmo!!! Valeu

Vinícius Faustini disse...

Esse repertório é fantástico, não duvido que "MacArthur's Park" tenha ficado um primor na voz do Roberto. Roberto Carlos faz sempre concertos históricos para a música brasileira.

Abraços,

Vinícius Faustini

www.emocoesrc.blogspot.com

Henrique disse...

Maravilha!! =)
Lendo esse Post... parece que estamos vivendo esses momentos de emoção!!...

Que bom seria se tivéssemos tudo isso em vídeo aqui também!!... mas só de ler já dá aquela emoção... =)

Mal posso esperar para o próximo show... Continue com o bom trabalho!!

Abraço!

Felipe Moura disse...

Maravilha esse Show!

Só uma correção bicho, a música que você citou "Desamarre meu coração" é sim uma versão de "Unchain my heart", mas não é do Ray Charles e sim de uma exitosa dupla americana: Agnes Jones e Freddy James. Só tempos depois Ray a gravou e em 1964 Roberto fez uma versão (todavia maravilhosa) da mesma.

Abraços!

Felipe Moura
do Blog El Rey y otros.

Anônimo disse...

James,

como eu gostaria de ter vivido essa época e ter assistido a esse show, como sei que você também.

América, América é uma das mais bonitas interpretações que o rei deu a uma canção!

Blog Música do Brasil
www.everaldofaris.blogspot.com

Um forte abraço!

Anônimo disse...

Adorei a curiosidade sobre as Américas. Nao conhecia esse detalhe da vida do Rei. Apesar de ter muito mais tempo como sudita do Rei do que você, amigo James, em razao da grande diferença de idade entre nos, sempre que passo por aqui, descubro novas curiosidades, esta é uma prova que os mais velhos têm sempre alguma coisa a aprender com os mais jovens. Obrigada, caro amigo. Parabéns e continue assim com esse interesse pelo nosso Rei.
Um grande beijo.

Ocenilda

CON disse...

MENINOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!Estou encantada!!! Que espaço lindo e bem organizado...Parabéns!!!
E por falar em parabéns, hoje é seu niver e desejo a vc tudo de bom, muita paz, saúde, felicidades, sempre!!!!
beijos azuis

Vinícius Faustini disse...

James, coloco aqui abaixo o texto que o Roberto falava nos momentos finais do show "Palhaço". Este texto eu transcrevi de uma gravação que peguei da Internet:

"Sou... mas quem não é? Sou e assumo! E só assim com cara de palhaço, descobri que os homens, antes de poluirem os ares e os mares, começaram a poluir as próprias palavras...

Cabeças muito encucadas fizeram do palhaço uma ofensa. "Seu palhaço!" Não é nada disso... Vocês sabem o que é realmente um palhaço? Cadê grandeza bastante pra tudo isso? Crises de palhaço todos nós temos! De repente, no Natal, a gente rouba uma verdade, veste um palhaço e acabou!

Eu já fui palhaço no meu ofício, vocês se lembram? "Vista a roupa, meu bem! Vista a roupa, meu bem! Vista a roupa, meu bem!"...

Eles sim. São e foram os grandes e heróicos palhaços atirando suas cores contra o preto e branco do cotidiano. Eu fui cavalo do meu rei, o Segundinho. Fui bobo da corte pra minha princesa Ana Paula. E num gesto de careta jogado ao acaso, minha filha Luciana aprendeu a rir...

Mas isso são apenas crises de palhaço. Quem sou eu pra ser palhaço mesmo? Mas eu preciso rolar a bola do mundo pra que ela se faça colorida pela primeira vez numa flor?

E um instante de palhaço dura exatamente uma eternidade! Um instante de palhaço dura exatamente uma eternidade! Exatamente uma eternidade...

Pra mim...

O show já terminou
Vamos voltar à realidade
Não precisamos mais
Usar aquela maquiagem
Que escondeu de nós
Uma verdade que insistimos em não ver
Não adianta mais
Chorar o amor que já tivemos
Existe em nosso olhar
Alguma coisa que não vemos
E nas palavras
Existe sempre alguma coisa sem dizer

E é bem melhor que seja assim
Você sabe tanto quanto eu
No nosso caso felicidade
Começa num adeus

Mas o show já terminou
Vamos voltar à realidade
Não precisamos mais
Usar aquela maquiagem
Que escondeu de nós
Uma verdade que insistimos
Em não ver

Nosso show já terminou

Nosso show já terminou..."

Abraços,

Vinícius Faustini