
Hoje, domingo, dia 13 de março de 2011, estamos de volta, para dar continuidade a este blog. Depois de intensas emoções de Roberto Carlos na Sapucaí, e dos fãs acompanhando-o, surgiram, certamente, interrogações na mente de várias pessoas: o que Roberto Carlos tem a ver com samba?
Nem o próprio Roberto considera que tenha trabalhado tanto com o samba. Em uma entrevista, em 1987, na época em que foi homenageado pela escola Unidos do Cabuçu, o Rei comentou seu lado sambista: "Eu jamais imaginei ser homenageado em uma escola de samba, logicamente eu não sou um cantor de samba. Gosto de samba, já gravei alguns sambas durante minha carreira, mas não sou um sambista, né?" E na mesma entrevista, ao ser perguntado se romantismo combinava com carnaval, o Rei respondeu: "O romantismo combina com qualquer ritmo... Os sambas mais agitados estão aí falando de amor..."
Então, vem a pergunta: o que Roberto Carlos tem a ver com samba? A resposta é: TUDO! E a matéria de hoje tem por objetivo, justamente, falar sobre a presença do samba na obra de Roberto Carlos.
Um "João e Maria" pra lá de moderno!
Podemos considerar que a carreira de Roberto Carlos se iniciou em 1950, quando, aos 9 anos, o

Em fevereiro de 1959, já morando no Rio de Janeiro, Roberto Carlos foi contratado para trabalhar na Boate Plaza. Ali inicia-se, oficialmente, sua carreira. O próprio Roberto considera esta contratação como o marco do início, pelo fato de ser a primeira vez que ele usou a música profissionalmente. E ali no Plaza, a sua relação com o samba era ainda maior. Todas as vezes que ia cantar, Roberto cantava sambas, dos mais diversos. Inclusive, foi lá a primeira vez que ele cantou uma música de autoria de Erasmo Carlos. A música se chamava, justamente, Maria E O Samba. Nem é preciso dizer a qual estilo musical ela pertencia, né? Clique aqui para saber mais sobre o tempo em que RC trabalhava na Boate Plaza.

João E Maria - Roberto Carlos e Carlos Imperial - Editora Amigos - Gravadora Polydor
A segunda faixa, do outro lado do disco, tinha uma função bem metalinguística, pois tratava-se de uma canção de bossa nova satirizando a própria bossa nova. Fora Do Tom falava que "o tom que vocês cantam, eu não posso nem falar, nem quero imaginar, que desafinação! Se todos fossem iguais a vocês...", em um samba bem leve e gostoso. Este disco, um 78 RPM, foi o único lançado por Roberto Carlos fora de sua atual gravadora (Sony).
Em 1960, já na CBS (atual Sony), Roberto gravou duas canções. Mais uma vez, dois sambas:

Em 1961, Roberto Carlos gravaria o samba Chorei, de Carlos Imperial, e, a partir dali, tomaria outro caminho, deixando o samba um pouco mais de lado. Roberto só voltaria a revisitá-lo em ocasiões mais raras.
Nasceu Maria, no carnaval...
Alguns anos sem trabalhar com o samba, Roberto Carlos voltaria a visitá-lo por conta de festivais


Em 1967, a TV Record novamente fez o Festival, que agora já era respeitado na mídia. Aquele de 1967 se tornaria histórico, sendo, até mesmo, tema para filmes, como Uma Noite em 67, lançado em 2010. E ali, naquele festival, Roberto cantaria mais um samba. Desta vez, de Luiz Carlos Paraná, Maria, Carnaval e Cinzas, que denunciava a mortalidade infantil. A canção conta a história de uma menina que nasceu no início do carnaval, e morreu na quarta-feira de cinzas. A canção foi o maior sucesso de vendas de todos os festivais produzidos pela TV Record.


A gravação rendeu muitos elogios da crítica ao rei do iê-iê-iê, e foi muito produtiva, também, para Ataulfo Alves: seu nome voltou à mídia, e ele lucrou com direitos autorais.
Próxima Matéria
Próximo domingo estaremos de volta, e continuaremos falando da relação de Roberto Carlos com o samba: Onde ele surgiu em sua discografia e em seus especiais de final de ano.
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1 comentários. Clique aqui para comentar!:
Nobre colega James,
O carnaval passou, mas o samba continua. Vamos nessa!
Um grande abraço
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